domingo, 23 de maio de 2010

Um poema

Pai, fui parar lá no cerrado,
Quase fiquei pirado,
Quando vi tudo queimado.

Não vi um só tucano, arara, lobo-guará ou veado,
Me falaram que é o costume, para mais fácil virar o arado,
Preparando assim a terra, para algo ser plantado.

Pai, está tudo errado,
Por isso que tantos reclamam, que o solo está estragado,
Que a safra é pior que a do ano passado.

Pai, algo tem que ser modificado,
Senão o Brasil não terá mais cerrado,
E o que será do tucano, arara, lobo-guará e veado,
A cada um cabe correr, para depois morrer queimado ou sufocado????

E o que será do meu filho, que não verá mais o cerrado???
A não ser em filmes e fotos que alguém houver registrado.

Pai, não quero ficar aqui parado,
Me ajude, fale com algum deputado,
Chame a imprensa, reclame, acampe em frente ao senado.

Pois algo tem que ser modificado,
Senão o Brasil não terá mais cerrado,
E o que será do tucano arara, lobo-guará e veado?????

Antônio Ewaldo Rebello

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